Foi com profunda consternação, choque e surpresa que o país recebeu, na passada segunda-feira, a notícia do falecimento de Nicolau Breyner. Multiplicaram-se de imediato as reacções nas redes sociais, os canais televisivos apressaram-se a recolher testemunhos de amigos e colegas de trabalho para os jornais da noite. De todos ouvimos que Breyner era generoso, de trato fácil e afável, extremamente criativo e um homem de afectos. Mas para aqueles que o não conheceram pessoalmente fica o legado da sua obra, como ator, realizador, produtor, argumentista. É necessário que o seu trabalho continue a ser mostrado, não só neste momento, mas no futuro, para que as gerações vindouras conheçam esta figura que para nós é um marco incontornável da nossa cultura. Se assim não for, a obra de Nicolau Breyner será uma referência cultural para nós, o público que assistiu à sua criação, mas pouco ou nada significará para a maioria das crianças e jovens que serão os adultos de amanhã. Os agentes culturais do nosso país têm essa responsabilidade e acredito que não a irão defraudar.

Lília Abreu